28 de Junho: Quinta Feira: Dia de Filosofia no Colégio 8 de Maio

Amanhã, quinta-feira, dia 28 de junho de 2012, estarei no Colégio 8 de Maio, em Itapecerica da Serra, para mais um encontro com educadores para aprofundamento filosófico.

Quero parabenizar ao Sr. Beraldo, diretor do Colégio, bem como a  todos os educadores e  funcionários pelo grau de questionamento, conscientização e crescimento em todos esses meses de trabalho dentro dos estudos de Filosofia da Espiritualidade.

Creio que toda a comunidade do Colégio 8 de Maio, incluindo alunos, familiares estão participando desse momento que inclui alegria, motivação e evolução intelectual e espiritual.

Abraço integral a todos, com todo o meu carinho de educador

Marc André da Rocha Keppe

Psicólogo, Psicanalista, Mestre em Psicossomática – PUC e Doutorando em Psicologia Social – USP – SP

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O que você quer? Viver entre dilemas ou responsabilizar-se por uma escolha?

Curso de Filosofia da Espiritualidade em 30 de junho de 2012

Vamos estudar Kierkegaard em Filosofia da Espiritualidade

Em meio a tantas discussões sobre os novos rumos políticos no Brasil e após a realização da Rio+20, na qual se procurou discutir desenvolvimento sustentável, acredito ser bastante oportuno voltarmos às bases filosóficas pertinentes às questões que envolvem liberdade, escolhas e angústia, pois tudo isso faz parte de nosso cotidiano.

No curso de Filosofia da Espiritualidade deste próximo sábado, vamos discutir algumas bases do pensamento de Kierkegaard, considerado o pai do existencialismo. Filósofo cujo pensamento também é voltado à Teologia.

Kierkegaard

Vou apresentar aqui, suscintamente, algumas bases do pensamento deste filósofo e farei uma exposição mais ampla no curso deste sábado.

Liberdade.

Para o filósofo Kierkegaard, se a verdade é subjetiva, a liberdade será ilimitada. Kierkegaard não só rejeitou o determinismo lógico de Hegel, para o qual tudo está logicamente predeterminado para acontecer, como também sustentou a importância suprema do indivíduo e das suas escolhas lógicas ou ilógicas. Para ele, qualquer forma de absoluto que não seja a liberdade, contraria a liberdade. Para Kierkegaard é mesmo impossível que a liberdade possa ser provada filosoficamente, porque qualquer prova implicaria uma necessidade lógica, o que é o oposto de liberdade.

Outro pensamento fundamental de Kierkegaard é a falta de um projeto básico para a existência do homem, venha de onde vier.

Qualquer projeto para o homem representaria uma limitação à sua liberdade. Entretanto, Kierkegaard também afirmava que a liberdade geraria no homem uma profunda insegurança, medo e angústia. Desta forma, sua crença na necessidade de que cada indivíduo faça uma escolha consciente e responsável tornou-se outro pilar do pensamento existencialista.

Angústia.

Kierkegaard sentiu a necessidade de ampliar para a esfera do entendimento mais profundo da alma – o que hoje se acha no campo da psicanálise – suas idéias a respeito da filosofia da liberdade. Sabe-se que Nietzsche o leu, seguido  de Freud, resultando dessas leituras novas visões em filosofia e conceitos importantes em teoria psicanalítica.

Em “O conceito de angústia”, Kierkegaard disse que a liberdade gera no homem uma profunda insegurança, grande medo e angústia. Ele focaliza a angústia, como medo do indefinido e do desconhecido, algo diferente do medo e do terror diante do perigo conhecido, como por exemplo, o medo e terror que deriva de uma ameaça objetiva  (um animal, um assaltante, etc.). Esta é talvez a primeira obra escrita dentro de um prisma psicológico existencial, pois discorre sobre um sentimento que não tem um objeto claro, visto ser de natureza subjetiva.

Quem já não se sentiu angustiado diante das inúmeras possibilidades que a existência oferece? A liberdade presume possibilidades, e as possibilidades criam a angústia, seja porque estão escassas ou, no outro extremo, porque existe um número muito grande de opções. Uma sensação caótica pode se apoderar do indivíduo, tanto por muitas opções, quanto por poucas possibilidades.

Quantos jovens não se sentem inseguros quanto a qual tipo de carreira abraçar? Quantos adultos ainda não sabem qual rumo profissional seguir?

Em “Risco e Incerteza” Kierkegaard diz que cada decisão é um risco. A pessoa sente a si mesma rodeada e plena de incertezas. No entanto, ela decide. Existem possibilidades reais e qualquer filosofia que as negue é opressiva e sufocante.

Para o filósofo, o indivíduo sente angústia e o pavor diante da liberdade em relação às possibilidades que tem a sua frente, pois não tem consciência de sua natureza multidimensional que se abre às mais diversas perspectivas. O homem não é apenas um ser biológico que tem uma mente. Ele “é”, tem um “Eu” que é apenas seu. Não adianta para este ser querer ser “igual” a esta ou àquela pessoa ou celebridade…ou líder empresarial ou espiritual. Não. Isto porque enquanto a pessoa não se apossar de si mesma e tomar consciência de quem verdadeiramente é, vai “patinar” por muito tempo… sem rumos, sem identidade,  precisando se definir pela validação do outro; o que lhe trará um prejuízo constante com vistas à aniquilação do ser.

Igualmente, o homem não sabe que sua natureza é tanto espiritual quanto material, o que faz toda a diferença e dá noção de realidade.

No desespero de não saber quem é, o homem quer se livrar de si próprio, pois não tolera  nem a si mesmo.

É curioso hoje, na pós-modernidade, ouvir-se tanto esta declaração: “Você precisa se reinventar”… Parece que precisamos ouvir Kierkegaard. Como podemos nos reinventar se nem sabemos ainda o que somos? Vamos reinventar o quê?

São frases assim, vazias, que têm levado pessoas a muita angústia existencial. Não sabem o que fazer consigo mesmas e com sua existência.

Desafio, provocação, rebeldia, oposição.

Kierkegaard, também nos apresenta em seu trabalho, outras idéias, envolvendo o desespero do desafio, da provocação, da rebeldia, da oposição. Para ele, o ser humano, consciente do eu interior e desejando afirmar esse Eu,  entra em desespero também quando avista  suas limitações. Não reconhece a relatividade e a dependência última do Eu humano perante Deus.

Realmente, hoje nos são vendidas as seguintes idéias “motivacionais”: “Você consegue tudo!”… “Vai que o céu é o limite!” …  Quando percebe que a realidade não é bem isso, a pessoa se sente enganada, ela não é um deus todo poderoso, é só um ser humano, com fraquezas e fragilidades.  Talvez nesse instante de consciência da própria limitação, a pessoa possa obter  aprendizado sobre quem é de verdade, sair das fábulas e lendas pessoais e se enxergar.

Encapsulamento ou má fé.

Kierkegaard fala que a pessoa pode passar da ignorância confortável para a autoconsciência e que isto pode lhe trazer pavor, ou ansiedade. Procurando que estilo e estratégia uma pessoa usa para evitar a ansiedade, Kirkegaard nos faz ver como essa pessoa está escravizada por suas mentiras sobre ela mesma e para ela mesma. Uma forma de fuga é ignorar o próprio eu, tornar-se um autômato ou apegar-se a um papel. Outra forma é se mascarar. Sobre isso vemos que hoje, o facebook e as mais variadas mídias, podem servir de suporte para que as pessoas se escondam atrás das aparências… Muitas criam, inclusive, perfis falsos, nos quais a falsidade ideológica pode ser crime.

Quanto medo de aniquilação não somente traz sofrimento quanto também leva ao adoeceimento a pessoa que não tem consciência de si mesma? Os problemas podem vir tanto em termos subjetivos quanto objetivamente, na realidade cotidiana (trabalho, estudos, finanças, etc.)

Em “A doença para a morte”, Kierkegaard também nos lembra que nossa maior dificuldade não está no fato de termos  um Eu. Ele também nos lembra que não é porque o “sabotamos” e não nos tornamos “amigos” desse “eu”, que os problemas ocorrem. Para ele, ocorre algo ainda mais abrangente, muitas vezes, pois nem ao menos  validamos nosso “eu”. Não achamos que merecemos tal lealdade…

Desta forma, vamos perdendo o eu interior mais profundo, mais verdadeiro, vamos perdendo a ressonância com o que somos. Vamos direcionando nossa pouca energia disponível para atividades exteriores que camuflam a existência de um vazio interior e se apoiam no prazer e na sensorialidade máxima como proposta de vida.

Quer exemplos disso tudo? Assista TV, veja novelas, leia revistas sem questionamento e vigilância sobre o que está sendo “vendido” para você.

Dessa forma, estudar Kierkegaard – hoje – é algo importante, diria até, urgente. Tomar consciência da própria existência é algo sério. Se você não entrar nesse nível de aprofundamento, vai viver a vida do outro, o que é grave… vai copiar modelos que não são sustentáveis para você; vai fazer péssimas escolhas.

Para Kierkegaard, se você insistir em permanecer inconsciente de suas reais possibilidades, você será como uma criança que que cria justificativas para negar seus próprios erros… amparando-se sempre nos outros, para permanecer impedida de pensar por si mesma, sem sustentação interna e autoconfiança diante da experiência da vida. Em resumo, quer ser conduzido?

Maturidade.

Kierkegaard é um filósofo que nos mostra o que é uma pessoa madura.  Para ele, pessoa realmente saudável e amadurecida é aquela que transcendeu a si mesma despindo-se das mentiras do caráter; buscando a verdade de cada situação e, principalmente, dizendo “não” a toda forma de condicionamento:  tanto mental quanto espiritual. Para ele, O amadurecimento requer da pessoa o reconhecimento da sua realidade:  seus verdadeiros dons, talentos e limites.

Te espero no curso. Vamos aprender a pensar de um modo mais sustentável e equilibrado e agir com mais consistência.

Data: 30 de junho de 2012

Horário: das 13h às 18h

Rua do Bosque 1589, cj 608 sexto andar – Edifício Pallatino – Barra Funda

Preço: R$130,00 (5 horas de curso, com coffee-break, apostila, certificado)

Um abraço, com o desejo de te encontrar para aprendermos a fazer boas escolhas e a trabalhar nossa angústia diante da vida,

Marc André da Rocha Keppe,

Psicanalista – Mestre em Psicossomática pela PUC-SP e atualmente doutorando em Psicologia Social pelo Instituto de Psicologia Clínica da USP.

Meu telefone e e-mail: (11) 3872-7572  // markeppe@usp.br

 


 

 

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Agenda

23 de junho de 2012 – 18 horas: Programa de Rádio Ao Vivo pela Rádio Mundial – Expo Saúde Alternativa – Rodovia Imigrantes – São Paulo – SP

24 de junho de 2012 – 11h30 às 12h: Programa ao Vivo – Radio Mundial

28 de junho de 2012 – 8h às 12h: Curso de Filosofia da Espiritualidade no Colégio 8 de Maio – Itapecerica da Serra – SP.

30 de junho de 2012 – 13h às 18h – Curso de Filosofia da Espiritualidade: foco no pensador Kierkegaard:   Pensando em Liberdade – Escolhas – Identidade e Angústia  na Contemporaneidade.

Julho de 2012

7 de julho de 2012 – 12h30 às 18h30: Curso de Terapia Breve Multidimensional.

8 de julho de 2012 – 11h30 às 12h – Programa ao vivo na Rádio Mundial – 95,7

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Programa de Rádio ao vivo: 23 de junho às 18h – Local: Feira Expo-Saúde Alternativa – Promoção: Rádio Mundial 95,7

Olá

 

No próximo sábado, dia 23 de junho de 2012, às 18h, farei um programa de rádio – ao vivo – na Expo Saúde Alternativa, evento promovido pela Rádio Mundial (95,7) no Centro Imigrantes, na Rodovia Imigrantes.

Espero encontrar meus ouvintes para dar um grande abraço, ao vivo.

Marc André da Rocha Keppe

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V Encontro: Curso de Terapia Breve Multidimensional

Próxima aula no dia 7 de julho de 2012

Horário: das 12h30 às 18h30

Local: Rua do Bosque, 1589 – Edifício Pallatino – cj 608 sexto andar. Barra Funda – São Paulo – SP

Contato: markeppe@usp.br

telefone: 3872-7572

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30 de junho: Curso de Filosofia da Espiritualidade: Você sabe escolher bem? Qual o impacto de suas escolhas?

No dia 30 de junho, das 13h às 18h teremos novo curso de Filosofia da Espiritualidade, sendo que desta vez estudaremos o pensamento de Kierkegaard, pensador que escreveu sobre a angústia e a liberdade de escolha.

Cá entre nós, cada um sabe o quanto a angústia se faz presente quando é preciso fazer escolhas e tomar decisões. Muitas vezes, nossas escolhas não são tranquilas, mas altamente impactantes!

Você já deve ter observado que há indivíduos que não sabem como exercer seu direito de escolha.  Algumas pessoas preferem ficar “em cima do muro”, tentando conciliar realidades opostas para não ter que tomar uma decisão. Para se justificar, dizem que estão integrando diferentes perspectivas quando, na realidade, podem estar paralisados pelo medo e pela angústia, sem saber qual caminho tomar.

Vamos pensar juntos: Será que você sempre fez boas escolhas?

Sim, decidir e escolher são ações que fazem parte de uma rede complexa.  Algo que muitas vezes se insere em um contexto de urgência, uma vez que nossa sociedade nos impõe um ritmo absurdamente veloz para tudo o que deve ser feito.

Assim, num mundo no qual, atualmente, as pessoas estão sendo progressivamente des-subjetivadas pelas novas tecnologias; a filosofia tem se apresentado como um espaço seguro para o desenvolvimento sustentável do pensamento.

Kierkegaard, nosso alvo de estudos no curso de Filosofia da Espiritualidade do mês de junho/2012, via o ser humano através das lentes da subjetividade. Ele desejava investigar o que “significa ser um ser humano” enquanto indivíduo autônomo.

Kierkegaard acreditava que nossas vidas não são motivadas pela história e pelos movimentos sociais, mas por ações  determinadas por escolhas próprias, sendo que a forma como  essas escolhas são feitas é o que faz a  diferença.

Para Kierkegaard, a liberdade total de escolha não seria uma razão para a felicidade, pois nos provocaria um sentimento de angústia ou apreensão.

O que podem significar estas palavras em sua vida: liberdade, escolha, pensamento, angústia?

Você toma decisões com base em suas próprias avaliações ou reage a partir do que o “mercado” deseja?

Você procura analisar as várias perspectivas que se impõem em sua vida ou decide a partir dos rumos que a sociedade toma?

Você permite que as grandes “verdades” controlem a sua subjetividade?

Você toma decisões com base em si mesmo e em sua própria gratificação pessoal?

Você escolhe só que quer?

Você se acha livre para tudo?

Para você não importam as consequências, pois você faz o que deve ser feito?

Como é isso para você?

Se não refletirmos adequadamente, nos tornamos marionetes de nossa própria falta de noção ou pior, joguete nas mãos de diversos mecanismos ideológicos, políticos, socio-econômicos, educacionais, etc.

Vamos refletir sobre a questão do impacto das escolhas e sobre a questão da angústia em nosso cotidiano.

Kierkegaard explicou esse sentimento em seu livro “O Conceito de Angústia”, o qual recomendo aos que desejarem participar do curso de Filosofia da Espiritualidade no dia 30 de junho de 2012.

Se você assistiu à peça Hamlet, de Shakeaspeare, deve se lembrar do momento crítico em que Hamlet deveria tomar uma decisão: matar o tio ou deixar de vingar a morte do pai?

A peça de Shakeaspeare demonstra a angústia da verdadeira liberdade de escolha.

O ator Wagner Moura in “Hamlet”: as escolhas são
fundamentais na vida.      

Ser ou não ser, eis a questão! Que é mais nobre para a alma:    sofrer os dardos e setas de um destino cruel, ou pegar em armas contra uma mar de calamidades para pôr-lhes fim, resistindo? Morrer…dormir; nada mais!Shakeaspeare in Hamlet.

Kierkegaard sugeriu que sentimos a mesma angústia em todas as nossas escolhas morais quando compreendemos que temos a liberdade de tomar até as mais terríveis decisões.

Ele descreveu essa angústia como “a vertigem da liberdade”, e foi além ao explicar que, embora ela cause desespero, pode também nos livrar de respostas impensadas, pois nos torna mais cientes das escolhas disponíveis, ampliando nossa consciência e senso de responsabilidade social.

Diferentemente de outros pensadores, Kierkegaard não abandonou a fé em Deus, mas foi o primeiro a reconhecer a percepção da autoconsciência e a “vertigem” ou medo, da liberdade absoluta.

Obras Chave:

1843 – Temor e Tremor

1843 – Ou isso ou aquilo

1844 – O conceito de angústia

1847 – As obras do amor.

O curso sobre Kierkegaard explorará, a questão da angústia e da liberdade no atual mundo em que vivemos, marcado pelas relações líquidas, pela busca de uma identidade, mesmo que falsa, no facebook, pelo imediatismo e velocidade das decisões em todos os contextos: pessoal, familiar, empresarial, governamental.

O curso ocorre no dia 31 de junho, das 12h às 18h. O investimento é de R$130,00 com direito à suporte didático (apostila), coffee-break e certificado.

   Para inscrever-se entre em contato: markeppe@usp.br

   O curso será dado pelo Dr. Marc André da Rocha Keppe, Psicanalista, Mestre em Psicossomática pela PUC-SP e doutorando em Psicologia Social e do Trabalho pela Universidade de São Paulo

Local:

Rua do Bosque, 1589 – Edifício Pallatino – cj 608 – sexto andar – Barra Funda – SP.

telefone para contato (11) 3872-7572 ou 9865-7868.

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26 de maio – Curso sobre Mestre Eckhart – Reflexões sobre o Ser e a Impermanência

Enquanto sou isto ou aquilo, ou tenho isto ou aquilo, não sou todas as coisas nem tenho todas as coisas. Torna-te puro até não seres nem teres isto ou aquilo; serás então onipresente e, não sendo isto nem aquilo, serás todas as coisas”.

Mestre Eckhart

   Neste sábado, das 13h às 18h, teremos mais um curso dentro dos temas da Filosofia da Espiritualidade.

Estudaremos Mestre Eckhart, teólogo e místico alemão, autor de uma obra de fundamental importância para ser lida e compreendida hoje, em um mundo em que as aparências; o espetáculo; as posses (mesmo que ilícitas); a ostentação; as relações líquidas; “o ver e ser visto”; o “fazer o bem” para ser visto e aprovado por todos; são os códigos de conduta validados e aceitos; pois atualmente, “ter” é o verbo que importa.

Nesse movimento pelo consumo, o “ser” vem sendo deixado para trás, numa velocidade impressionante, o que tem trazido enormes riscos para as relações pessoais, para a família, para a educação, para o planeta, etc.

Ter e consumir são aspectos importantes da vida;  entretanto, confundir-se com esta dimensão, tem trazido desequilíbrio e estresse, bem como o esquecimento das coisas mais fundamentais à existência.

O estudo dos textos e das idéias de Mestre Eckhart  é importante para todos os que desejam reencantar-se com a simplicidade das coisas, fazendo um novo contato com o que realmente é verdadeiro e duradouro.

Um contato da teologia e da mística com o zen-budismo e a psicanálise.

Vale a pena participar,

Marc André da Rocha Keppe

Contato: markeppe@usp.br

(11) 3872-7572

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IV Encontro do Curso de Terapia Breve Multidimensional

Dia 2 de Junho de 2012 – sábado – das 12h30 às 18h30.

Rua do Bosque 1589 – Edifício Pallatino – cj 608  sexto andar

(11) 3872-7572  ou (11) 9865-7868

markeppe@usp.br

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Programas de Rádio do Dr. André Keppe

Todos os domingos, das 11h30 às 12h mantenho um programa – ao vivo – na Rádio Mundial, 95,7.

É grande o número de pessoas que me ligam para saber quando os programas serão novamente transmitidos.

Constatando esse fato, segue link para ouvir os programas antigos e os mais recentes.
 Um ótimo final de semana.
Abraço integral,
Marc André da Rocha Keppe
markeppe@usp.br
(11) 3872-7572

 

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Filed under abordagem biopsicosocioecoespiritual, Atendimento Psicoterapêutico/Psicanalítico, Curso de Terapia Breve e Aconselhamento Multidimensional, Cursos, estudos em dependência química, dependência nicotínica, Estudos em Psicanálise e Filosofia da Espiritualidade, Psicossomática Psicanalítica: Cursos e Atendimentos

26 de maio: Curso sobre Mestre Eckhart: a mística do ser e do não ter

No dia 26 de maio, sábado, terei a oportunidade de comemorar a data de meu aniversário, ministrando um curso sobre a vida e o trabalho do teólogo e místico Mestre Eckhart no já tradicional curso “Filosofia da Espiritualidade”

Mestre Eckhart tem uma visão muito criativa sobre a mensagem de Cristo, demonstrando as profundezas da alma humana.

O psicanalista Wilfred Bion estudou detalhadamente a obra deste teólogo, uma vez que a psicanálise, ao estudar a psiquê, estuda também a alma.

Na última fase de Bion, este psicanalista considerava a Mística e a diferenciava do misticismo (confusão) e da mistificação (má-fé).

Bion entendia que o homem integral é o místico ou o gênio que desperta em si mesmo as dimensões transcendentes.

Vale dizer que Mestre Eckhart fez uma obra teólogica de tamanha relevância que  por si só o colocaria na condição de um Doutor da Igreja; entretanto, uma vez que como teólogo e místico foi considerado um herege e perseguido pelo Tribunal da Inquisição, que queria seu extermínio em praça pública, não recebeu este reconhecimento da Igreja.

Sabendo que seria aniquilado pela Inquisição, preservou sua vida, fugindo para o interior da Alemanha e concluindo sua obra por lá.

Ressaltamos que Mestre Eckhart não fugiu para salvar sua própria pele, mas para preservar, desenvolver e divulgar seu trabalho para a humanidade, ajudando muitas pessoas neste caminho místico e teólogico que, de maneira surpreendente, comunga com as ciências que estudam o psiquismo, sendo estudado por Heidegger, Bion, Hegel entre outros estudiosos da filosofia e da alma humana.

Sendo um grande místico, ele afirmava que nós “encontraríamos Deus em nosso próprio interior“, pensamento este que ofendia e contrariava as concepções oficiais da Igreja da época.

Ao contrário dos dias de hoje, em que se prega uma “teologia da prosperidade”, Mestre Eckhart falava em espiritualidade pelo desapego. Para ele, o caminho de união com Deus não se daria pela arrogância, mas pelo contrário, por uma grande humildade de espírito, sendo dessa forma que  entendia a máxima cristã “…os pobres de espírito verão a Deus”.

Echart sugere um desapego das ilusões para atingirmos a dimensão verdadeira que implica a união com Deus.

Deixo abaixo um poema de Mestre Eckhart com o convite para sua participação neste momento de aprofundamento na obra do mestre, teólogo e místico, no dia 26 de maio de 2012, das 12h às 18h na Unidade de Cursos da Barra Funda – Rua do Bosque 1589, cj 608, sexto andar – São Paulo-SP.

Inscrições: markeppe@usp.br – (11) 3872-7572

Poema do Mestre Eckhart : “Grão de Mostarda”

 

 

No princípio / além do sentido / lá está o Verbo. Oh tesouro tão rico / onde princípio faz nascer princípio!

Oh coração do Pai / de onde em grande alegria / sem cessar flui o Verbo!

E contudo esse seio lá / em si guarda o Verbo. É verdade.

Dos dois um rio / de Amor o fogo / dos dois o laço / aos dois comum,

Flui o mui suave Espírito / em medida muito igual / inseparável.

Os três são Um.

O quê? Sabe-lo tu?

Não.

Só Ele sabe o que Ele é.

Dos três o anel / é profundo e terrível,

Esse contorno lá / jamais cessa ou cessará:

Lá reina um fundo sem fundo.

Leva vantagem sobre / tempo, forma e lugar!

O anel maravilhoso / é desbordante, / o seu ponto continua imóvel.

Este ponto é a montanha / a ascender sem agir. / Inteligência!

O caminho te conduz / ao maravilhoso deserto,

Ao largo, ao longe, / sem limites se alarga.

O deserto não tem / nem lugar nem tempo / tem o seu próprio modo.

Este deserto é o Bem / que nenhum pé pisou,

O sentido criado / jamais ali chegou:

Aquilo é, mas ninguém sabe o quê.

É aqui e é lá / é longe e é perto / é profundo e é elevado

É portanto o que não é isto nem aquilo.

É luz, é claridade / é a treva / é inominado / é ignorado,

Livre de começo como de fim.

Jaz tranquilamente / todo nu, sem roupa.

Quem conhece a sua casa, que saia dela!

E nos diga a sua forma.

Torna-te tal como uma criança / faz-te surdo e cego!

Todo o teu ser / deve fazer-se nada, passa para além de todo o ser e todo o nada.

Deixa o lugar, deixa o tempo / e as imagens igualmente!

Se tu vais por alguma via / sobre o caminho estreito / tu chegarás até ao sinal do deserto.

Oh minha alma / sai! Deus entra!

Afunda todo o meu ser / em Deus que é não ser, / afunda neste rio sem fundo!

Se eu te fujo / Tu vens até mim

Se eu me perco, Tu, eu Te encontro,

Oh Bem sobre essencial!

Poema de Mestre Eckhart

Livros indicados em língua portuguesa:

Mestre Eckhart: a mística do ser e do não ter.
Petrópolis, Vozes.

– Mestre Eckhart do século XIII é o maior místico cristão na linha dos grandes mestres Zen. Aqui são oferecidos, pela primeira vez em portuguës, seus principais textos e pregações.

Até o nosso próximo encontro, com um abraço integral! Lembre-se de me ligar ou escrever para fazer sua inscrição.

Marc André da Rocha Keppe

 

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